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Espanha endurece regras para estrangeiros na compra de imóveis em meio à crise habitacional

Foto do escritor: Rafa fabrisRafa fabris

Governo propõe imposto inédito e medidas drásticas para conter o impacto da especulação imobiliária e da explosão dos aluguéis.


Se você achava que comprar um pedaço do paraíso espanhol era tão simples quanto escolher um bom vinho, é melhor repensar. A Espanha decidiu fechar o cerco contra a compra de imóveis por estrangeiros, tentando frear a crise habitacional que vem deixando milhares de espanhóis sem moradia acessível.


A proposta mais polêmica do governo de Pedro Sánchez? Um imposto de 100% sobre a compra de imóveis por não europeus. Sim, você leu certo: um valor dobrado na compra para tentar desencorajar investidores de fora da União Europeia. Mas será que essa estratégia vai mesmo funcionar ou apenas inflamar ainda mais o debate?


O plano do governo para frear a especulação imobiliária


A Espanha enfrenta uma das piores crises habitacionais da Europa, e o governo resolveu agir. Além da proposta de tributação inédita sobre estrangeiros que compram imóveis, o pacote de medidas também inclui:


  • Incentivos fiscais para proprietários que reduzirem os aluguéis;

  • Construção de moradias populares para aumentar a oferta de residências acessíveis;

  • Revogação de licenças para aluguéis de curto prazo até 2028, especialmente em cidades turísticas como Barcelona.


A ideia, segundo Sánchez, é clara: "Moradia é um direito, não um negócio". O primeiro-ministro já havia cogitado proibir totalmente a compra de imóveis por estrangeiros, mas recuou diante da pressão de investidores e do setor imobiliário.


Por que a crise habitacional na Espanha chegou a esse ponto?


Os preços dos imóveis na Espanha dispararam nos últimos anos, impulsionados por uma combinação de fatores:


  1. Boom dos aluguéis de curto prazo – Plataformas como Airbnb transformaram cidades como Madri e Barcelona em verdadeiros mercados especulativos, encarecendo os aluguéis para moradores locais.

  2. Investidores estrangeiros – Programas como o "visto dourado", que oferecia residência a quem investisse no país, ajudaram a inflar o mercado imobiliário.

  3. Custos de construção elevados – A guerra na Ucrânia encareceu os materiais de construção, tornando novas obras mais caras e menos frequentes.

  4. Taxas de juros altas – As políticas do Banco Central Europeu para conter a inflação dificultam o financiamento de novas habitações.


Protestos e pressão popular


A situação chegou ao limite. Nos últimos meses, milhares de espanhóis foram às ruas exigir moradias acessíveis, gritando frases como "Moradia é um direito, não um negócio".


A resposta das autoridades veio em forma de medidas cada vez mais duras, incluindo a criação de uma empresa pública de habitação que teria prioridade sobre investidores privados na compra de terrenos e imóveis. Mas será suficiente para conter a insatisfação popular?


A Espanha está sozinha nessa crise?


Não. Vários países da Europa enfrentam problemas semelhantes:

  • Grécia congelará novas licenças de aluguel de curto prazo em Atenas a partir de 2025.

  • Alemanha vive o pior colapso do setor de construção em décadas.

  • França planeja construir 30 mil casas populares em áreas estratégicas.


O futuro do mercado imobiliário na Espanha


Com o governo endurecendo as regras, investidores estrangeiros podem repensar sua estratégia na Espanha. Mas a grande questão que fica é: essas medidas realmente ajudarão a reduzir os preços dos imóveis e tornar a moradia mais acessível, ou serão apenas um freio temporário que pode gerar novos problemas no futuro?


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