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Foto do escritorRafa fabris

Exportações e produção industrial da Alemanha surpreendem com alta em novembro

Dados mostram recuperação acima do esperado, mas cenário econômico segue desafiador para a maior economia da Zona Euro.


Se a Alemanha fosse um carro, talvez pudéssemos dizer que ela deu uma acelerada em novembro, mas ainda está com o freio de mão puxado. Dados divulgados pelo escritório de estatísticas nesta quinta-feira revelaram que as exportações cresceram 2,1% no mês, superando as expectativas do mercado, enquanto a produção industrial também surpreendeu com um aumento de 1,5%. Apesar do fôlego inesperado, o país ainda enfrenta desafios estruturais significativos.


Exportações: o lado positivo


As exportações da Alemanha, tradicional motor da economia europeia, apresentaram um crescimento robusto de 2,1% em novembro, ligeiramente acima da expectativa de 2,0% projetada pela Reuters. O destaque foi o aumento de 14,5% nas vendas para os Estados Unidos e de 8,6% para o Reino Unido.


No entanto, nem tudo são boas notícias: as exportações para países da União Europeia caíram 1,7%, e a China, grande parceiro comercial, registrou uma queda de 4,2%. Com esse balanço, o superávit comercial alemão saltou de 13,4 bilhões de euros em outubro para impressionantes 19,7 bilhões de euros em novembro.


Produção industrial: sinais de recuperação


A produção industrial também mostrou resultados positivos, avançando 1,5% em novembro, superando em muito a previsão de 0,5%. O dado é animador, mas a comparação anual ainda preocupa: a produção caiu 2,8% em relação ao mesmo mês de 2023.


Além disso, o setor ainda opera em níveis historicamente baixos, 8% abaixo do período anterior à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 e 15% abaixo do pico registrado em novembro de 2017.


O desafio estrutural da economia alemã


Especialistas alertam que, embora os números de novembro sejam encorajadores, a economia da Alemanha continua enfrentando problemas estruturais que dificultam uma recuperação mais consistente. Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING, afirmou que esses avanços são insuficientes para evitar uma possível contração econômica no quarto trimestre.


Franziska Palmas, economista sênior para a Europa na Capital Economics, destacou que o setor industrial ainda está distante de alcançar estabilidade e prevê dificuldades persistentes ao longo de 2025.


Com exportações crescendo e a produção industrial se recuperando, será que a Alemanha conseguirá superar seus desafios estruturais e retomar o posto de locomotiva econômica da Europa? Ou o país terá que reinventar sua economia para enfrentar o novo cenário global?


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