Com a seca no Norte, usinas como Belo Monte registram queda de até 96% na geração de energia hidrelétrica, e governo aciona termelétricas, o que pode elevar a conta de luz.
A seca no Norte chegou com tudo, sem pedir licença e trazendo prejuízos significativos. A geração de energia hidrelétrica na região caiu em média 30%, e com isso, a conta de luz dos brasileiros pode ganhar um novo peso. A situação mais crítica é em Belo Monte, onde a produção de energia despencou em 96%, levando o governo a acionar usinas termelétricas — e quando elas entram em cena, o bolso do consumidor sempre sente.
Impactos da seca no Norte na geração de energia hidrelétrica
O Norte do Brasil vive um dos piores períodos de seca das últimas décadas, e o impacto já está evidente no setor elétrico. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a geração de energia hidrelétrica na região foi 30% menor no último mês, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No dia 19 de agosto, por exemplo, as hidrelétricas do Norte produziram 2.736 MW médios, bem abaixo dos 3.926 MW registrados em 2023.
Essa redução está relacionada, principalmente, à queda nos níveis dos reservatórios da região. O reservatório de Balbina, no rio Uatumã, opera com apenas 30,7% de sua capacidade total, o que o coloca entre os três reservatórios com menor nível de água no Sistema Integrado Nacional.
Belo Monte: A maior usina sem reservatório também sofre com a seca no Norte
Mesmo Belo Monte, que foi projetada para minimizar o impacto ambiental por não possuir um reservatório, está enfrentando grandes dificuldades. A usina depende do fluxo natural do rio Xingu e, com a seca no Norte, sua produção despencou. No dia 19 de agosto, a geração foi de 354 MW médios, uma redução de impressionantes 96,6% em comparação com seu pico de produção em abril deste ano.
Outras usinas da região também sofrem com a seca. Em Santo Antônio, no rio Madeira, a geração de energia caiu 20% em relação ao ano anterior. Já em Jirau, a queda foi mais moderada, de cerca de 1%.
Termelétricas acionadas: Impacto nas contas de luz
Com a queda na geração de energia hidrelétrica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou o acionamento de usinas termelétricas. Essas usinas, que utilizam gás ou diesel, são mais caras de operar, o que inevitavelmente resultará em aumento nas contas de luz dos consumidores brasileiros. Por enquanto, a bandeira tarifária está verde, sem custos adicionais, mas é esperado que essa situação mude nos próximos meses.
As termelétricas garantem o fornecimento de energia, mas o custo de sua operação é repassado ao consumidor final por meio das bandeiras tarifárias. Com a seca no Norte e a queda na geração de energia hidrelétrica, os brasileiros podem se preparar para um possível aumento no valor das faturas de energia.
Previsão de aumento nas contas de luz
O cenário atual reforça a urgência de diversificar a matriz energética no Brasil, reduzindo a dependência das hidrelétricas, especialmente em momentos críticos como este. Embora as termelétricas sejam uma solução imediata, o custo elevado de operação impacta diretamente o consumidor. A seca no Norte trouxe um grande desafio para o setor elétrico, e a conta de luz deve subir nos próximos meses, refletindo a menor geração de energia hidrelétrica.
Enquanto isso, especialistas alertam para a necessidade de economizar energia e de o governo encontrar formas de lidar com as variações climáticas que afetam diretamente a produção de eletricidade no país.
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